Portuguese

Cerca de um ano se passou desde que a Covid-19 foi declarada uma pandemia global. Mais de 2 milhões de pessoas morreram diretamente por causa do vírus até agora. Muitas outras morreram de causas secundárias. Enquanto as vacinas, agora em circulação, oferecem um fio de esperança para as massas, que estão presas em um ciclo de isolamento e precariedade, a crise está longe de terminar. Até porque o protecionismo e o “nacionalismo vacinal” estão impedindo bilhões de pessoas de realmente acessar esses recursos vitais. Quando tudo irá acabar?

Os recentes anos de turbulência política deixaram a classe dominante perturbada. Estão enfrentando ondas de protesto e instabilidade sem precedentes. Estão, agora e cada vez mais, desesperadamente tentando estabilizar a situação utilizando os gastos do Estado e outras concessões. Foi isso que se viu no Fórum Econômico Mundial no mês passado.

No dia 21 de janeiro de 2021, um jovem trabalhador que operava um pequeno canal na popular plataforma chinesa de compartilhamento de vídeos Bilibili morreu na miséria em meio a discórdia familiar, doença e conflitos com seu empregador. Ele morreu de fome em seu apartamento alugado, e seu corpo só foi descoberto dias depois pelo proprietário.

Em uma reunião dos principais membros da Corrente Marxista Internacional (CMI) no final de janeiro, Alan Woods (editor de marxist.com) forneceu uma visão geral dos acontecimentos dramáticos que se desenrolaram no início de 2021. A crise do capitalismo mundial está causando rupturas, deslocamentos e polarização de classes em um país após o outro.

O golpe em Mianmar desencadeou um movimento de proporções revolucionárias. A determinação das massas em impedir os militares de assumir o controle pode ser vista na greve generalizada e crescente e no movimento de protesto que foi desencadeado. A junta militar claramente subestimou o nível de oposição que enfrentaria.

No dia 24 de janeiro, o Senado norte-americano absolveu Donald Trump de incitar a rebelião no Capitólio em 6 de janeiro. Embora sete republicanos tenham se juntado aos democratas para votar “culpado”, isso foi insuficiente para a maioria de dois terços necessária para declarar Trump culpado. Apesar de um discurso furioso atacando o ex-presidente, o líder da minoria no Senado, Mitch McConnell, também votou pela absolvição. Conforme explicado no artigo a seguir (publicado no mês passado por nossos camaradas norte-americanos), o Partido Republicano está dividido de cima a baixo entre os verdadeiros crentes do Make America Grate Again(MAGA), oportunistas que procuram cavalgar nas

...

A inação do governo Giuseppe Conte diante da mais profunda crise econômica, política e social na Itália desde a Segunda Guerra Mundial tornou-se insuportável para o grande capital. Isso explica por que a figura de Mario Draghi veio em seu socorro. É claro, porém, que este tecnocrata burguês não tem soluções para os problemas que enfrentam os trabalhadores italianos.

O golpe militar realizado em Mianmar por Min Aung Hlaing, comandante em chefe do exército, em 31 de janeiro, desencadeou um movimento que os militares claramente não esperavam. O golpe pegou muitos de surpresa. Ninguém em Mianmar esperava por isso, e ele também não parece se adequar às necessidades do momento. Então, por que isso aconteceu? Neste artigo, tentamos delinear alguns dos fatores que levaram a essa mudança repentina e acentuada na situação.

Camponeses indianos têm protestado por meses contra três novas leis agrícolas aprovadas pelo parlamento. Publicamos aqui uma atualização sobre o movimento, que alcançou um patamar importante com os acontecimentos dramáticos do Dia da República (26 de janeiro).

O despótico presidente do Haiti, Jovenel Moïse, recusa-se a renunciar, enquanto a impotente oposição burguesa parece incapaz de expulsá-lo. As massas haitianas devem romper totalmente com o apodrecido regime burguês e estabelecer uma assembleia constituinte revolucionária.

A eleição equatoriana em 7 de fevereiro produziu uma vitória clara para o candidato de esquerda Andrés Arauz, mas não o suficiente para impedir um segundo turno. Há uma diferença muito próxima na segunda posição entre o candidato preferido da oligarquia capitalista Guillermo Lasso e o candidato “indígena” Yaku Pérez.

Nas últimas semanas, houve uma escalada de ataques verbais do governo venezuelano contra a esquerda revolucionária. Esses ataques do presidente Maduro e do presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, foram dirigidos particularmente contra a Alternativa Popular Revolucionária (APR): uma plataforma política que reúne vários partidos e organizações à esquerda do governo de Maduro. Alegações muito sérias foram feitas, incluindo a acusação de que a oposição de esquerda ao governo está agindo em conluio com o imperialismo dos EUA.

Em 6 de fevereiro, milhares de manifestantes saíram às ruas de Túnis, capital da Tunísia, cantando “o povo quer a queda do regime” contra o partido islâmico Ennahdha, que faz parte da coalizão governamental. A polícia de choque já havia mobilizado cordões de segurança ao redor do centro da capital, impedindo que carros e pessoas entrassem nas ruas ao redor da Avenida Habib Bourguiba, onde ocorreu a manifestação. Apesar desses esforços, o protesto foi um dos maiores dos últimos anos.

Se há uma conclusão que se pode retirar destas eleições é o colapso da base eleitoral de esquerda. Por um lado, existiu um compromisso tácito dado a Marcelo Rebelo de Sousa, pela ala direita do PS; por outro lado, os próprios candidatos concorriam sabendo que não iriam vencer, como aconteceu com Marisa Matias que reconheceu uma vitória à primeira volta de Marcelo Rebelo de Sousa, e por isso candidataram-se com a “missão” de derrotar o fascismo.