USAID: o cavalo de Troia imperialista vai para o triturador

O Departamento de Eficiência Governamental de Elon Musk (DOGE) colocou a USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) – o órgão federal responsável pela provisão de ajuda externa – no triturador. Os democratas e o establishment liberal estão em polvorosa. Mas enquanto nós, comunistas, reconhecemos os motivos cínicos de Donald Trump para desmantelar a USAID, o que o congelamento de fundos expôs foi a verdadeira natureza dessa “organização humanitária” da CIA, usada para impulsionar o “soft power“ do imperialismo dos EUA.

[Source]

Por semanas, Musk vinha anunciando o destino da USAID, chamando-a de “além de reparo” e não apenas uma “maçã com um verme”, mas uma “bola de vermes”.

Na sexta-feira, 31 de janeiro, ele enviou uma equipe de “jovens engenheiros confiantes” do DOGE para tomar o controle dos sistemas de computador e dados classificados da USAID. A Casa Branca confirmou que Musk agiu com sua bênção; enquanto o Secretário de Estado Marco Rubio (que foi nomeado chefe interino da USAID) justificou a limpeza com o argumento de que a agência era um desperdício de dinheiro e seus funcionários eram culpados de “insubordinação flagrante”.

Os democratas condenaram a “tomada de poder” de Musk, com o senador de Nova Jersey Andy Kim (que trabalhou anteriormente para a agência) postando nas redes sociais:

“[A USAID é] uma ferramenta de política externa com origens bipartidárias que é crucial neste ambiente global perigoso. Desmantelá-la significa desmantelar nossa capacidade de competir e manter a América segura.” [ênfase nossa]

Essa é uma frase curiosa para uma organização que supostamente tem objetivos humanitários. Tais pretensões foram endossadas pelo senador de Vermont e autoproclamado socialista democrático Bernie Sanders, que condenou a operação de Musk:

“Elon Musk, o homem mais rico da Terra, está desmantelando a USAID, que alimenta as crianças mais pobres do mundo… Isso é a oligarquia em seu pior.”

Sanders (que também votou para confirmar o reacionário notório Rubio como Secretário de Estado) distorce completamente o real propósito da USAID. Ele e outros democratas estão defendendo uma ferramenta de intervenção imperialista dos EUA. A crise de financiamento repentina enfrentada por plataformas de ‘mídia independente’ e grupos da chamada ‘sociedade civil’ em muitos países agora está expondo esse fato.

De acordo com um memorando vazado, a USAID financiou 6.200 jornalistas, 707 meios de comunicação não-estatais e 279 organizações da sociedade civil do setor de mídia em 2023. Uma declaração da Repórteres Sem Fronteiras (RSF) protestou que cortar a USAID criaria um vácuo que “jogaria nas mãos de propagandistas e Estados autoritários” [ênfase nossa].

Segundo a RSF, quando a USAID dá dinheiro a jornalistas, não está pagando por propaganda, mas simplesmente promovendo o “fluxo livre de informações”. Acontece que as plataformas ‘independentes’ no portfólio da USAID empurram a agenda de política externa de Washington e fomentam a dissidência contra seus inimigos.

Por exemplo, 90% da mídia ucraniana, segundo relatos, sobrevive com subsídios, principalmente da USAID – o que levanta a questão de como podem ser consideradas ‘independentes’. De acordo com o Detector Media, o congelamento de ajuda de Trump colocou em risco “três décadas de trabalho e ameaças crescentes à soberania da Ucrânia, aos valores democráticos e à orientação pró-Ocidente” [ênfase nossa].

Da mesma forma, a mídia de oposição russa foi lançada ao caos. De acordo com The Bell: “A maioria das ONGs e da mídia russa exilada depende de subsídios como sua principal – e, às vezes, única – fonte de financiamento, com uma parte significativa vindo de Washington”. Aqui temos a confirmação, pela própria boca deles, de que a oposição liberal russa é uma marionete paga pelo imperialismo dos EUA.

A USAID também é uma patrocinadora importante da imprensa contrarrevolucionária gusano, que agora foi duramente atingida.

Por exemplo, a CubaNet, com sede em Miami (que recebeu US$ 500.000 da USAID em 2024 para engajar “jovens cubanos da ilha por meio de jornalismo multimídia objetivo e não censurado”) e o Diario de Cuba, com sede em Madri, foram forçados a publicar cartas pedindo doações dos leitores para permanecerem em funcionamento.

Muitos desses sites serão forçados a fechar. O Miami Herald, uma boca de propaganda dos exilados cubanos apoiadora de Trump, expressou seu forte senso de traição pelo ataque à USAID, escrevendo: “Os cortes de ajuda externa de Trump são uma dádiva para ditadores na China, Venezuela e Cuba”.

Evidentemente, essas plataformas não são contra a propaganda per se, apenas contra a ideia de que os propagandistas pró-EUA percam sua liderança no mercado.

Como instrumento do “soft power” americano, a USAID investiu pesadamente em ‘Organizações Não-Governamentais’ (ONGs) ao longo dos anos. Esses corpos aparentemente benignos, que enfatizam ‘direitos humanos’, ‘democracia’ e outras virtudes, enfrentam um colapso agora que Trump cortou as cordas de marionete.

De acordo com um relatório de 5 de fevereiro no site (financiado pelo Estado dos EUA) Voice of America, a USAID destinou US$ 211 milhões para a Venezuela (que permanece sob pesadas sanções dos EUA que castigam os trabalhadores e os pobres), incluindo US$ 33 milhões para grupos de vigilância sobre “democracia, direitos humanos e governança”.

O líder de um desses grupos (que recebeu 75% de seu financiamento dos EUA) reclamou: “Trump está fazendo o que Maduro não conseguiu fazer – sufocar a sociedade civil”.

Usar os dólares dos contribuintes para fortalecer a ‘sociedade civil’ (ou seja, uma base de oposição ao governo) é uma política imperialista de longa data na América Latina. O fato de muitos desses grupos de ‘sociedade civil’, aparentemente ‘democráticos’, da classe média, agora estarem em crise expõe exatamente que são, em grande parte, pouco mais do que vetores para os interesses imperialistas dos EUA. O presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador emitiu uma carta pública em 2023 exigindo que o então presidente dos EUA, Joe Biden, retirasse os fundos da USAID de grupos subversivos que atuam contra seu governo. Isso não era paranoia.

Por exemplo, de 1996 a 2003, a USAID concedeu um contrato de US$ 15 milhões à empresa de “desenvolvimento sustentável” Chemonics International para implementar um programa de “Desenvolvimento Democrático e Participação Cidadã” na Bolívia, para angariar apoio para o presidente pró-EUA Gonzalo Sánchez de Lozada.

Ao mesmo tempo, a USAID tentava minar o apoio ao partido Movimento ao Socialismo (MAS) de trabalhadores e camponeses que se opunham à exploração das ricas reservas minerais da Bolívia pelas corporações internacionais.

Após a vitória de Evo Morales e do MAS na Bolívia, em 2006, o número de ONGs patrocinadas pela USAID no país triplicou de 600 para 2 mil e de repente começaram a se interessar muito pelos direitos humanos e pelo recorde ambiental da Bolívia. Morales (com razão) expulsou a USAID em 2013 por interferir nos assuntos do país.

A USAID também tem seus tentáculos em toda a Europa Oriental, onde ONGs patrocinadas pelo Ocidente cresceram como musgo após a queda da URSS. Agora estão em pânico com o dinheiro secando.

Por exemplo, a Promo-LEX Association, uma “ONG pró-democracia e direitos humanos” na Moldávia, afirma que os fundos da USAID representam cerca de 75-80% de seus projetos, que incluem monitoramento de eleições, financiamento político e fiscalização parlamentar para combater a “interferência russa”.

Seu diretor, Ian Manole, alertou à ABC que comprometer suas operações poderia levar a “[um] governo anti-Ocidente [que] poderia afetar o caminho da Moldávia para a Europa e… desestabilizar significativamente toda a Europa Oriental e a região do Mar Negro”.

Valeriu Pasa, presidente do think tank WatchDog, com sede em Chisinau, apontou que os EUA se beneficiam “de nós sermos mais democráticos e desenvolvidos, garantindo que não nos tornemos uma colônia da Rússia ou da China”.

Em outras palavras: por favor, não parem a interferência política certa, ou acabaremos com a interferência política errada!

A capacidade das ONGs de exercer pressão na Europa Oriental (com a desculpa de combater a ‘interferência russa’) foi ilustrada no ano passado na Romênia. A ONG Context, financiada pela USAID, espalhou a alegação de que postagens manipuladas pelo Kremlin nas redes sociais levaram à vitória de Călin Georgescu (um populista anti-OTAN) na primeira rodada das eleições presidenciais do ano passado.

Com base nessas alegações frágeis, o Tribunal Constitucional anulou os resultados – aparentemente em nome da democracia.

Muitas ONGs patrocinadas pela USAID escondem seu verdadeiro propósito por trás da política de identidade, professando apoio aos direitos das mulheres, aos direitos das minorias, aos direitos LGBT, etc. Isso agora foi explorado para justificar a desmantelação da agência, com Trump prometendo erradicar os gastos “woke“, e Musk ridicularizando a USAID como um “ninho de víboras de marxistas radicais [sic]”.

Na verdade, a fachada de libertação não é nada além de um cavalo de Troia que esconde a atuação pró-imperialista da USAID; sem mencionar o enfraquecimento da oposição a regimes pró-EUA, canalizando a ira dos trabalhadores e da juventude radical para operações ‘apolíticas’, de questões únicas dependentes do dinheiro ocidental, que invariavelmente corrompem os jovens ativistas.

Como o sociólogo James Petras escreve sobre a explosão de ONGs estrangeiras nas décadas de 1980 e 1990:

“À medida que o dinheiro externo se tornou disponível, as ONGs proliferaram, dividindo comunidades em feudos em guerra lutando para obter uma parte da ação. Cada ‘ativista de base’ dominou um novo segmento dos pobres (mulheres, jovens de minorias, etc.) para criar uma nova ONG […] Quando milhões perdem seus empregos e a pobreza se espalha para grandes áreas da população, as ONGs se envolvem em ações preventivas: elas se concentram em ‘estratégias de sobrevivência’ e não em greves gerais; organizam cozinhas comunitárias, não manifestações em massa contra os especuladores alimentares e […] o imperialismo dos EUA.”

Os defensores da USAID apontam que a agência é responsável por 42% de toda a ajuda global para saúde, fornecimento de água, infraestrutura, etc., o que agora está em total desorganização. Essa é a justificativa para que esquerdas como Sanders se alinhem com os liberais para defender a USAID e sua suposta missão ‘benevolente’. No entanto, a Carnegie Endowment for International Peace, com sede em Washington, afirma abertamente a lógica cínica por trás dessa política ‘humanitária’:

“A ideia de que a ajuda externa dos EUA tenha sido algum tipo de festival de caridade generosa desconectada dos interesses dos EUA é risível. Veja a lista dos maiores receptores de ajuda dos EUA – não é coincidência que quase todos sejam parceiros de segurança ou países de interesse estratégico.”

Isso é apresentado como uma defesa pragmática do trabalho da agência.

Historicamente, a USAID tem sido usada como uma alavanca para forçar países pobres e dependentes de ajuda a apoiar a agenda de Washington. Por exemplo, um estudo da ONU de 2006 provou que o apoio da USAID correlacionava-se com os votos no Conselho de Segurança em linha com a política dos EUA. E quando o regime iemenita votou na ONU contra uma intervenção liderada pelos EUA na Guerra do Golfo, o embaixador dos EUA, Thomas Pickering, se aproximou do embaixador do Iémen e lhe disse: “Esse foi o ‘não’ mais caro que você já votou”. Imediatamente, a USAID cessou suas operações e financiamentos no país.

O que preocupa a ala liberal do imperialismo não é que as pessoas vão sofrer com o corte da USAID, mas que os inimigos da América possam se beneficiar politicamente ao tentar aliviar esse sofrimento. Isso foi explicado em um artigo do New York Times:

“O impacto do congelamento da ajuda provavelmente terá repercussões geopolíticas, dando aos rivais americanos, como a China, uma janela de oportunidade para se apresentar como um parceiro confiável.”

Muitas vezes, o humanitarismo da USAID se traduz em um golpe imperialista. No Iraque, Afeganistão, Haiti, Etiópia e outros lugares, a USAID tem cada vez mais contratado ‘parceiros do setor privado’ como Coca-Cola, Bechtel e DuPont (que criou a arma química Agente Laranja usada no Vietnã na década de 1970).

Esses criminosos se apropriaram de bilhões de dólares dos contribuintes obtidos pela USAID. De acordo com um relatório do WikiLeaks, em 2022, apenas 10% do financiamento da USAID ficou nos países que deveria ajudar. O resto voltou diretamente para os EUA, terminando principalmente nas contas bancárias de grandes empresas em Washington.

Nada disso é novo, nem mesmo especialmente secreto. A USAID foi fundada em 1961 pelo presidente John F. Kennedy “para combater a influência da antiga União Soviética durante a Guerra Fria” (segundo o Miami Herald) e desde então tem sido ligada à CIA.

O método da USAID de desenvolver o “poder civil” foi intensivamente desenvolvido na América Latina na década de 1960, onde organizações da sociedade civil patrocinadas pelos EUA (incluindo sindicatos, grupos religiosos e organizações de direitos das mulheres) foram pressionadas a impedir que partidos de esquerda chegassem ao poder.

Após a derrubada de Salvador Allende no Chile em 1973, em um golpe apoiado pela CIA, ONGs ostensivamente fundadas para aliviar o sofrimento das pessoas foram usadas para atenuar e desviar a oposição radical à junta militar de Pinochet.

Isso coincidiu com a Operação Condor: uma onda de terror de direita patrocinada pelos EUA, desencadeada contra a esquerda em todo o continente. Durante esse período, a USAID supostamente se associou ao Escritório de Segurança Pública da CIA, que treinava policiais estrangeiros em técnicas de tortura, segundo um relatório de 1976 do Escritório de Responsabilidade do Governo.

A USAID tem sido um bastião do “soft power” dos EUA na América Latina desde então. Por exemplo, em 2010, agentes da USAID tentaram fomentar uma mudança de regime em Cuba lançando secretamente uma plataforma de mídia social (ZunZueno), com o objetivo de fomentar a derrubada do governo cubano.

A operação foi um fracasso completo, assim como uma tentativa subsequente da USAID de infiltrar a comunidade de hip-hop subterrânea de Cuba, com o contratado com sede em Washington, Creative Associates International (com uma sigla não muito sutilemente semelhante à “CIA”), financiando artistas críticos ao governo de Raul Castro na esperança de provocar “mudança social”.

A USAID também trabalhou para minar o presidente Hugo Chávez na Venezuela, como parte da campanha de Washington contra a Revolução Bolivariana.

A USAID enviou seu Centro de Solidariedade alinhado ao AFL-CIO para organizar burocratas sindicais de direita em apoio ao golpe de 2002 contra Chávez; e um relatório de 2013 do WikiLeaks revelou uma estratégia, liderada pela USAID, de “penetrar a base política de Chávez”, “dividir o chavismo” e “isolar Chávez internacionalmente”.

Muitas dessas operações (e a atividade mencionada na Bolívia) foram conduzidas pelo Escritório de Iniciativas de Transição (OTI, na sigla em inglês) da USAID, que anteriormente tinha um orçamento de centenas de milhões de dólares e operava em mais de uma dúzia de países, incluindo Haiti, Líbia, Quênia, Líbano e Sri Lanka.

Em sua declaração de missão, o OTI afirma com piedade que, embora “não possa criar uma transição ou impor a democracia […] pode identificar e apoiar indivíduos e grupos-chave comprometidos com reformas pacíficas e participativas” [ênfase nossa].

Traduzindo: não podemos derrubar diretamente governos e estabelecer novos ao longo de linhas favoráveis aos EUA… mas podemos dar dinheiro e assistência àqueles dispostos a tentar.

Finalmente, durante a Guerra Civil Síria, a USAID financiou os Capacetes Brancos: uma ONG ‘humanitária’ que, na realidade, é uma frente de propaganda que ignorou as atrocidades cometidas pelos grupos jihadistas anti-Assad nos quais estava inserida, como o Front al-Nusra.

Há muitos outros exemplos que poderíamos usar para ilustrar que qualquer assistência genuína que a USAID forneça a pessoas que sofrem com a guerra, a pobreza e as doenças é secundária e acessória ao seu papel como vetor do imperialismo dos EUA, que, no último caso, é o principal responsável por esse sofrimento.

Oficialmente, apenas um ato do Congresso pode encerrar a USAID, mas o órgão se tornou um cadáver. Uma diretiva de suspensão de trabalho colocou milhares de seus funcionários em licença administrativa, restando apenas 300. Trump sugeriu que a aprovação do Congresso nem seria necessária, pois a USAID estava infestada de “fraude” e era dirigida por “lunáticos radicais”.

Não temos ilusões de que Trump, Rubio ou Musk sejam motivados por sentimentos anti-imperialistas. Devemos lembrar que durante o golpe apoiado pelos EUA em 2019 na Bolívia (que é rica em lítio essencial para baterias de veículos elétricos), Musk se vangloriou no Twitter: “Vamos dar golpe em quem quisermos! Lide com isso”.

Por um lado, a dívida do governo dos EUA é alarmante. Musk tem feito muito barulho sobre acabar com a burocracia federal para cortar custos. Nesse jogo, ele e Trump estão acenando para a sua base, fechando a USAID como um golpe contra os ‘bem-intencionados liberais’.

Ao contrário da abordagem totalmente agressiva de Musk, Rubio recuou da retórica agressiva, dizendo que os projetos da USAID críticos para a segurança nacional dos EUA e para ajuda vital seriam mantidos sob o Departamento de Estado. Ou seja, ele entende o valor dessas operações para a política externa dos EUA, especialmente na América Latina, e pretende preservar aqueles programas que são mais importantes para os interesses do imperialismo dos EUA. No entanto, ele alinhou-se com a posição básica de Trump e Musk de “América Primeiro”:

“Cada dólar que gastamos, cada programa que financiamos e cada política que seguimos deve ser justificada com a resposta a três perguntas simples. Isso torna a América mais segura? Isso torna a América mais forte? Isso torna a América mais próspera?”

Em uma entrevista franca, ele elaborou sobre como o estado alterado do mundo informou a política de Trump:

“Não é normal para o mundo simplesmente ter uma potência unipolar. Isso foi uma anomalia, um produto do fim da Guerra Fria… Mas eventualmente, você voltaria a ter um mundo multipolar, com várias grandes potências em diferentes partes do planeta. Enfrentamos isso agora com a China e, em certa medida, com a Rússia.”

Por trás das bravatas, Trump reconhece que o declínio relativo do imperialismo dos EUA significa que ele não pode mais bancar ou vigiar o mundo. Na mente de Trump, desperdiçar bilhões em países que ele chama de “países de merda” claramente contraria seu mandato.

Essa é uma metade da lógica por trás do encerramento da USAID. A outra metade diz respeito à guerra de Trump contra as instituições federais que limitaram seu último mandato. Ele aprendeu a lição e está decididamente impondo a lei. Imagine se qualquer um dos políticos e movimentos de esquerda que eclodiram na última década estivesse preparado para agir com tal determinação! Sua falha em canalizar e aproveitar a enorme raiva entre os trabalhadores americanos em relação ao establishment permitiu que Trump capturasse parte desse clima, embora de sua própria maneira reacionária.

Ao contrário dos liberais e reformistas de casaco de grife, nós, comunistas, não lamentamos a USAID. Deixe-a ir para o triturador. Não é tarefa dos comunistas lamentar as instituições liberais que Trump está destruindo, mas sim lutar pela sua derrubada em uma verdadeira revolução socialista, não essa “revolução palaciana” de uma facção rival da classe dominante, como estamos vendo com Trump.

Join us

If you want more information about joining the RCI, fill in this form. We will get back to you as soon as possible.