Empresas em autogestão Portuguese Share Tweet Portuguese (edited) translation of Historic FRETECO meeting – workers of occupied factories present ideas on socialist companies, workers’ councils, and the building of socialism (July 6, 2007) “Esto que estamos haciendo hoy en esta reunión es muy importante. Antes había un régimen que impedía a los trabajadores organizarnos, discutir cómo se gestionan las empresas, dirigir las empresas. Quiero dar las gracias a esta reunión y al FRETECO. Debemos organizar visitas a otras empresas y extender la toma y ocupación de empresas, tomarlas y ponerlas a funcionar bajo control obrero. Esta es una bomba contra el capitalismo y el único camino para ir al socialismo.” Estas palavras emcoionadas de Edgar Correa, trabalhador de Sanitarios Maracay resumem o entusiasmo, consciência de classe e clareza ideológica que caracterizou o encontro da Frente Revolucionária de Trabalhadores de Empresas em Cogestão e Tomadas (FRETECO) que ocorreu na empresa expropriada sob controlo operário INVEVAL há dias atrás. Durante os últimos meses, o número de empresas incorporadas na FRETECO aumentou significativamente (INAF, Inveval, Sanitarios Maracay, MDS, Fábrica de Frenelas Gotcha, Sel Fex...) no que representou um salto qualitativo da própria Frente. Nesta reunião, estiveram presentes trabalhadores de novas empresas como Tomatera Caigua y a Central Azucarera Motatán. Para além disso, estuviram presentes trabajadores de INTEVEP (pertença da PDVSA) e camaradas da Frente Socialista de Trabalhadores da Electricidad de Caracas, empresa recentemente recuperada pelo Estado venezolano das mãos das multinacionais. Também presentes estiveram os camaradas Alexandre Tortorella, trabalhador da empresa brasileira ocupada Flaskó e membro do Movimento de Empresas Ocupadas do Brasil. Uma das conclusões unanimemente reconhecida por todos foi que o modelo de gestão operária não pode funcionar e mater-se isolado numa fábrica: o controlo operário numa ou em várias fábricas apenas pode ser um passo (ainda que muito importante) para a gestão do conjunto da economia e da sociedade por parte dos trabalhadores e em direcção à construção dum Estado operário e revolucionário. Concluía o camarada Nelson: "como explicava Gramsci, estes conselhos devem vincular-se aos Comités de camponeses, comunais, etc., para converterem-se na base do novo Estado revolucionário que queremos construir. Só isto pode acabar com a sabotagem, a burocracia e a corrupção. Antonio Betancourt, trabalhador de Inveval, desenvolveu o tema da propriedade das empresas e insistiu na necessidade de que estas sejam sociais e colectivas: " se queremos chegar a empresas socialistas, devemos questionar a propriedade privada dos meios de produção. Na sociedade capitalista, até as ideias se transformam em propriedade privada (patentes, etc.) e num obstáculo ao desenvolvimento ao desenvolvimento da sociedade. há muitas ideias e projectos que não se podem pôr em prática porque chocam com a a propriedade privada dos meios de produção." Antonio explicou de maneira breve y simples algumas ideas básicas da economia política marxista para explicar que a mais-valia do capitalista nasce da exploração do trabajador e que a propiedade privada dos meios de produção y a procura do máximo benefício privado conduz, inevitavelmente à anarquía da produção e às crises económicas. “Face a isto, a sociedade socialista baseia-se na planificação democrática para providenciar as necessidades sociais. Mas é impossível planificar equantos existam indivíduos que possuem individualmente os medios de producción y só os põem a funcionar se nisso têm interesses, para obter un benefício particular”. “En ese sentido” - explicou Antonio -”los trabajadores de Inveval hemos planteado que la propiedad de la empresa debe ser 100% del estado y estar administrada por los trabajadores. Esto debería ser así en todas las empresas: Expropiar las grandes empresas, la banca y las tierras. Además, en la Comisión de Planificación deben participar voceros elegibles y revocables por los trabajadores.” Os camaradas das diversas empresas explicaram também as suas experiencias, bem como os problemas que enfrentam actualmente. O denominador comum, em todos os casos, é o mesmo: os problemas derivados do facrto que estas empresas tomadas e/ou recuperadas são uma "lança em África" no sio duma economia que segue sendo capitalista y sob um Estado que, ainda que corroido por enormes contradições de classe, continua a ser o velho Estado burguês: problemas para aceder às materias primas e manter vivas as empresas no meio do cerco capitalista, problemas jurídicos derivados da manutenção da legislação burguesa, choques com sectores da burocracia estatal, são elementos comuns do dia a dia destas empresas. Como explicava um camarada: “también hay una lucha dentro del estado entre funcionarios revolucionarios y una mayoría de burócratas que ni creen ni confían en que los trabajadores podamos gestionar las empresas y la sociedad”. A conclusão central do Encontro da FRETECO foi a necessidade de continuar lutando unificadamente, extendendo a Ocupação das empresas e combater por uma solução global que deve passar necessariamente pela expropriação generalizada dos capitalistas. Vários trabalhadores de Sanitarios Maracay explicaram com a empresa leva já vários meses sob controlo operário reivindicando-se a sua nacionalização: “nuestra lucha es por que la empresa sea estatizada, que el gobierno se la quite a este patrón y la empresa sirva para satisfacer las necesidades sociales”. Durante o debate, varios camaradas criticaram o facto de que as "Empresas de Producción Social" (EPS), ou projectos como "Fábrica Adentro", fossem concebidas como empresas capitalistas, sob o disfarce do chamado “socialismo de mercado” - ou economia mista. “Es imposible una coexistencia entre empresas capitalistas y socialistas, como es imposible un acuerdo entre trabajadores y capitalistas. Es el acuerdo entre el caballo y el que lo monta.” Todos os participantes mostraram-se de acordo com a necessidade de lutar pela estatização sob controlo operário das empresas y pelo desenvolvimento dos Conselhos de Trabalhadores para gerir as mesmas. Como consecuencia, a decisão mais importante do encontro foi a necessidade de organizar a tomada e ocupação de empresas por todo o país, extendendo as expropiações iniciadas en 2005 ao conjunto da economia. Como explicou Carlos Rodríguez, da Corrente Marxista Revolucionária, na sua intervencão: “No puede haber islas de socialismo. Una empresa aislada, aunque funcione bajo control obrero, tendrá muy difícil sobrevivir. Incluso si es expropiada por el estado pero eso se produce de modo aislado estará sometida a la presión de la burocracia estatal, que –como ha dicho el presidente Chávez- es uno de los legados del capitalismo. Las empresas socialistas sólo podrán sobrevivir si la toma, ocupación y expropiación de empresas se extiende a toda la economía.” A reunião acabou com a aprovaçõ de resoluções onde se destaca o apelo para que os sindicatos classistas da União Nacional dos Trabalhadores [confederação sindical venezuelana] devam, com a FRETECO, organizar a toma e ocupação de empresas em todo o país, exigindo ao governo a sua expropiação. Por fim, elegeram-se porta-vozes de cada uma das fábricas que participarão na Coordenação da FRETECO. CITANDO http://www.controlobrero.org/content/view/152/29/